Contudo, a ideia de ter de pagar por algo que foi sempre gratuito pode soar como mercenário e bizarro, e é por isso que eu, como usuário do serviço há alguns meses, estou aqui para esclarecer se o YouTube Premium compensa ou não, e também explicar o porquê de sua existência. Basicamente, um dos motivos da criação do YouTube Premium é o desejo do usuário de não ter propagandas ao assistir vídeos — já que a plataforma insere comerciais no início dos vídeos e, dependendo do tamanho do vídeo, no meio da exibição, prejudicando a experiência. Há opções como o uso de ad-blocks (bloqueadores de propaganda, em tradução livre), no entanto isso está restrito aos navegadores web, e as propagandas continuam em smart TVs e dispositivos como o Chromecast e Fire TV Stick. é justamente o fato de tantos ad-blocks (bloqueadores de propaganda, em tradução livre) por aí. Manter os vídeos e os criadores gera um custo e quando esse custo não tem retorno, alguém precisa fazer alguma coisa. A ideia foi criar um “ad-block oficial”. O que vende o serviço, no entanto, é que diferente do ad-block, com o serviço pago você está livre dos anúncios em qualquer plataforma, desde que esteja usando uma conta assinante.

O que é o YouTube Premium?

Apesar de ter dado um breve resumo da origem do serviço, ainda não expliquei com todas as letras o que é o mesmo. Antes de se tornar YouTube Premium, o serviço era conhecido como YouTube Red e nessa época — meados de 2016 — nem se sonhava em ter algo do gênero em terras brasileiras. O serviço era vendido como algo que traria conteúdo exclusivo para quem o assinasse, virando uma espécie de Netflix dentro do YouTube. Apesar de ter uma ou outra produção original boa, ao invés de focar nos criadores de conteúdo, a plataforma começou a focar em celebridades e depois de um tempo liberar esses conteúdos exclusivos para todo mundo, mas com anúncios. Por causa disso o nome YouTube Red estaria perdendo espaço e no seu lugar viria o agora conhecido como YouTube Premium, um serviço muito mais robusto e mais inclusivo. Além de fazer o que o Red já fazia, também trouxe consigo vários recursos novos e interessantes que podem fazer você pensar em assiná-lo. Confira as principais funcionalidades:

Vídeos sem anúncios: A alternativa oficial da plataforma para assistir seus vídeos sem propaganda é o principal atrativo do serviço e funciona em qualquer dispositivo que sua conta Premium estiver conectada;Reprodução em segundo plano: Com essa função você pode ouvir músicas, podcasts ou vídeos longos com a tela bloqueada ou enquanto usa outro app;Download de vídeos: O recurso de baixar vídeos também foi embutido na versão paga do app, para você aproveitar os vídeos quando estiver sem internet ou para assistir depois;YouTube Music Premium: Basicamente o “Spotify” da Google, com todos os recursos necessários, podendo fazer download de músicas, criar playlists, ouvir com a tela bloqueada e entre outros;YouTube Originals: Acesso ao conteúdo original do YouTube sem precisar ver anúncios nos mesmos.

Quanto custa o YouTube Premium?

O “ad-block” oficial do Google conta com 3 formas de se assinar, portanto com 3 valores diferentes, sendo que você tem direito a 1 mês grátis para testar (eu sugiro que se fizer isso, já prepare o cartão para assinar definitivamente) e o plano convencional para uma pessoa sai por R$ 20,90/mês. Esse valor já inclui todos os benefícios citados no tópico anterior. Já o outro plano de assinatura é o plano familiar, onde você e mais 5 pessoas que moram com você podem usufruir do benefício pelo valor de R$ 31,90/mês. Por fim temos o plano para estudantes que sai por R$ 12,50/mês e precisa de uma comprovação anual dos estudos. Como podem ver, a não ser que você more sozinho, o plano familiar é o mais interessante e também o que mais sai em conta. Todos os benefícios serão ativados para todos os integrantes da família e em qualquer dispositivo que a conta esteja conectada. No meu caso, assinei o YouTube Premium para meus pais terem acesso a um streaming de música, assim eu e minha irmã ganhamos acesso às músicas e também aos vídeos sem anúncio. Apesar do ótimo preço, o serviço te deixa extremamente mal-acostumado e usar o YouTube em contas que não tem Premium passam a ser uma experiência bem ruim. Todos os planos podem ser conferidos e assinados diretamente do YouTube.

Quais as vantagens e o que precisa ser melhorado?

O principal elogio para a assinatura se dá pelo fato de não ter nenhum anúncio. E quando falo nenhum é de forma literal. A partir do momento que você passou a assinar o serviço, tanto os vídeos quanto a timeline do YouTube ficam limpinhas nesse sentido e contam apenas com os vídeos e as suas recomendações personalizadas. O fato de pagar para não ter anúncios em algo que foi sempre gratuito pode soar como algo errado, mas devido a todos os benefícios que estão inclusos na assinatura e na forma de monetização para com os criadores, através do YouTube Premium, faz com que o serviço compense. E por último, o fato de você poder usar os recursos Premium em literalmente qualquer aparelho que a sua conta está cadastrada é uma benção. Ouça suas músicas no seu smartphone ou na TV, ou então no PC enquanto trabalha. No entanto, o recurso que julgo o mais interessante e que talvez possa interessar muitas pessoas é que você pode literalmente usar a mesma conta para ouvir música em dispositivos diferentes em simultâneo. Por exemplo, você pode trabalhar ouvindo música no PC e deixar tocando algo na TV da sala.

YouTube Music ou Spotify?

Você não está lendo errado. Com uma assinatura YouTube Premium você ganha acesso ao YouTube Music Premium, isso é, vai poder ouvir milhões de músicas no “Spotify” da Google. Serviços de música não são mais novidade, entretanto o YouTube Music conta com algumas exclusividades bem interessantes que falarei mais abaixo. A parte musical do YouTube Premium está disponível tanto para computadores em uma aba do site de vídeos como para dispositivos móveis como um app (Android e iOS). Se você for um usuário de longa data do Spotify, provavelmente irá estranhar bastante o YouTube Music, entretanto ele funciona tão bem quanto — e até melhor em alguns aspectos. Na tela inicial ambos são bem-parecidos, usando o algoritmo para recomendar novas músicas e playlists. No entanto, no meu uso senti que as indicações do YT Music foram mais interessantes e atrativas. Ao invés de apenas criarem playlists, como é feito no Spotify, a tela inicial do YT Music te oferece o que é chamado de “escolhas rápidas”. Essa opção te permite achar o que ouvir de um jeito mais rápido e eficiente. Já na questão de usabilidade ambos são ótimos e eficientes para o seu objetivo. No caso do YT Premium não encontrei algumas músicas, mas geralmente foram coisas mais nichadas. Obviamente isso não é desculpa para o YT não dar um jeito de colocá-las lá. Por outro lado, em algumas músicas senti que a qualidade de áudio era melhor no YT, mesmo utilizando a qualidade máxima em ambos os apps. Ambos contam também com aquele sistema de letras das músicas, mas daí o Spotify ganha de 10 a 0 do YT Music. No Spotify as letras são sincronizadas com a música em grande parte delas, além do visual que é muitas vezes mais elegante. Já no YouTube temos apenas um texto com letras minúsculas sem nenhum acompanhamento ou sincronia com o que está sendo tocado. Além disso, a ausência de letras no YouTube é muito maior, principalmente em músicas brasileiras. As letras no Spotify: As letras no YT Music: Ainda sobre os reprodutores, no Spotify temos algo mais “clean”, porém menos intuitivo. Ao tocar no centro quando na tela de reprodução no Spotify, nada acontece. Já com o YT Premium já temos a opção de compartilhar, fazer download, adicionar à playlist e iniciar uma rádio. Para fazer qualquer uma dessas funções no Spotify temos de tocar no menu de três pontos no canto superior direito e procurar pela mesma. Além disso, no YT Music você pode ver o clipe daquela música em questão com apenas um botão. Se a música tiver um clipe disponível, é só tocar em “vídeo” na parte superior do player. Como usuário de alguns anos do Spotify, esses problemas com as letras do YT Music me incomodam bastante. Por outro lado, ter de dar mais toques para acessar funções simples no Spotify é também um problema. Recentemente também foi implementado um histórico de músicas ouvidas no “lado verde da música”, o que ajuda na hora de encontrar aquela música que passou batido, mas ainda não é o “recomendações rápidas” do YT Music. Após começar a usar o YT Music, passei a enxergar muitos defeitos de design no Spotify. Eu acostumei com o mesmo, mas vamos combinar que tratar tudo como uma playlist ou jogar tudo na sua cara sem explicar bem o que é não ajuda muito para você decidir o que ouvir. Com o YouTube Music passei a ter uma experiência mais interessante nesse sentido já que ele sugere não só as músicas soltas, mas também os “moods” (humor, em tradução livre). Com essa função você terá recomendações baseadas em 4 categorias: Treino, Foco, Relax e Em trânsito. Elas são bem úteis para cada uma dessas ações. Entretanto, elas são mais explícitas nas versões mobile. Já nos PCs não temos as 4 categorias muito bem divididas. Apesar disso todos os outros recursos funcionam da mesma forma e muito bem. A única coisa que fica indisponível na versão de PC é assistir aos vídeos diretamente pelo YT Music. O fato do YouTube Music Premium estar incluso no pacote é um ótimo argumento para falar bem da assinatura. Além das comparações com o Spotify, temos também a possibilidade de ouvirmos apenas o áudio de vídeos de covers não oficiais disponíveis só no YouTube, por exemplo. Além disso, tanto o YouTube quanto o YT Music funcionam perfeitamente bem com a função “cast” do Google, afinal fazem parte da casa. Com esse botão você consegue transmitir os vídeos e músicas para a sua smart TV ou Chromecast apenas tocando no ícone “cast” (aquele que parece uma TV com um símbolo de Wi-Fi). Após tocar no botão “cast”, você só vai precisar escolher para onde quer espelhar seu vídeo ou música. Para finalizar temos a questão dos preços. Para efeito de comparação, os principais concorrentes do YouTube Music são o Deezer e o Spotify. Atualmente os preços do Deezer ficam R$ 16,90/mês para 1 pessoa e R$ 26,90/mês o plano familiar. Já o Spotify sofreu uma mudança de preços atualmente e o plano solo está saindo por R$ 19,90/mês e R$ 35,90 no plano familiar, além de contar com um plano Duo no valor de R$ 24,90/Mês.
Como usei para comparação o Spotify até então, nada mais justo do que colocá-lo aqui novamente para fechar o assunto do YT Music com a questão dos preços. Com a pandemia, home-office e tudo o que isso traz, poder ter tanto vídeos sem anúncios quanto música a vontade para a casa toda por um único preço é um enorme custo-benefício. Eu ainda adoro o Spotify por diversos motivos, mas esses aumentos de preço sem melhorias que justifiquem o mesmo fazem com que o pacote YouTube Premium seja ainda mais atrativo. A minha dica é pegar uns meses grátis de cada um deles e ver o que funciona melhor para você.

Os “YouTube Originals”

Apesar de não ser mais algo exclusivo dos assinantes, os chamados YouTube Originals precisam de mais destaque na plataforma. Admito que até então não tive interesse em nada que se enquadre no selo Originals, mas isso se deve ao fato de que para achá-los, mesmo com uma assinatura Premium, seja algo mais trabalhoso do que deveria. Ao usar o site do YouTube pelo PC, temos uma aba chamada de “Originals“, mas mesmo ao clicar nela, tudo é bagunçado, ao invés de dividir as coisas pelo nome do programa. Mesmo não tendo consumido nada de criação original, algo que é bastante recomendado é o documentário Mind Field do canal Vsauce. A questão é que temos poucas sugestões e incentivos para assistir a esses conteúdos, mesmo que eles tenham legendas em português e estejam acessíveis para as pessoas. Outro ponto, como já citei acima, é que muito desses conteúdos originais focam mais em celebridades do que nos criadores em si. Essa aba seria ótima para promover canais com grande potencial, mas que ainda não têm tanta visibilidade e também para os bem sucedidos na plataforma, com conteúdo muito interessante, como é o caso de Mind Field.

Compensa mesmo assinar o YouTube Premium?

Isso vai depender de quanto tempo você passa assistindo vídeos dentro da plataforma. Se você já assina algum outro serviço de streaming de música e se os anúncios te atormentam a ponto de precisar tirá-los de qualquer forma, é um caso a se considerar. No meu caso a situação dos anúncios estava virando algo insuportável, principalmente porque eram sempre anúncios chatos e repetitivos, além de haver um excesso bizarro dos mesmos. Apesar do vídeo ilustrativo que usei no começo do texto para quebrar um pouco o gelo, os anúncios do Kwai se tornaram um tormento no meu dia a dia. A combinação zero anúncios + YouTube Music Premium é excelente, e atrelados aos outros bônus que a assinatura oferece, talvez seja um caminho sem volta, pois dado que os vídeos do site vermelho ficarem sem anúncios, você nunca mais vai querer usá-lo com anúncios novamente. Se o intuito for assinar apenas para você e você não for um estudante, a assinatura acaba saindo um pouco salgada, mas se a intenção for assinar para toda a família eu diria para cancelar outros serviços de música e ser feliz com o kit YouTube Premium. Eu espero que eu tenha conseguindo responder todas as suas dúvidas em relação ao YouTube Premium. Se faltou alguma coisa ou se tiver mais alguma dúvida, não esqueça de deixar o seu comentário aí embaixo.

Veja também:

Não esqueça de conferir mais conteúdo do Showmetech sobre Youtube, por exemplo, como limpar vídeos assistidos e o histórico do YouTube. Fonte: MakeUseOf e Android Authority.

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