Com essa aquisição, o banco passa a deter 35 milhões de certificados de depósitos de ações, representativos cada um de uma ação ordinária e duas ações preferenciais do Banco Inter. O SoftBank visa aumenta significativamente sua participação no mercado brasileiro de ações. Não é a primeira vez que o banco assume participação no banco nacional. O SoftBank, gigante da tecnologia japonesa, assumiu uma participação de 8,1% no Banco Inter em julho por cerca de US$ 186 milhões (aproximadamente R$ 760 milhões). A empresa está adquirindo participação adicional de membros das famílias controladoras do banco, incluindo partes do grupo bilionário Menin.

O que muda para o SoftBank e o Banco Inter

Dessa forma, o SoftBank passará a ter determinados direitos, como o “registration rights” (Direitos de registros, em português), que prevê a obrigação do banco de viabilizar registro de ofertas públicas de ações de emissão do banco no Brasil e nos Estados Unidos. Porém, tudo isso será feito observadas as devidas condições de mercado e possibilidades financeiras. O segundo direito será apontar um membro para eleição do conselho de administração do banco, enquanto o grupo possuir cinco anos contados da realização de uma oferta qualificada, ou a partir do momento em que o SoftBank passar a deter 5% ou menos do capital social do banco após a realização da oferta pública inicial nos Estados Unidos. De acordo com uma pessoa, que pediu para não ser identificada, pois as informações não são públicas, o CEO do Banco Inter, João Vitor Menin, que detém 5,4% do credor, não está entre os vendedores. A família Menin fundou a construtora MRV Engenharia e Participações SA. O SoftBank, com sede em Tóquio, possui um montante de bilhões de dólares investidos na América Latina, concentrando-se em cerca de 300 pontos de interesse. O grupo já gastou mais de US$ 1 bilhão em um fundo de US$ 5 bilhões lançados em março para financiar empresas de tecnologia na região. As ações preferenciais do Banco Inter aumentaram mais de 500% desde a abertura do capital, entre os IPOs com melhor desempenho da região, segundo dados compilados pela Bloomberg. A empresa, que começou como um banco focado no setor imobiliário, se reinventou como um credor online no país, oferecendo contas e produtos com taxa zero, além de vender serviços de investimento e corretagem. Agora, ela detém grande parte do mercado e tem crescido cada vez mais no mercado nacional e internacional.

SoftBank na América Latina

E não é só no Banco Inter que o grupo SoftBank tem investindo pela América Latina. E o ponto forte do fundo de investimento criado pelo banco, visa fortemente startups. Intitulado Vision Fund, ele tem como meta alcançar US$ 108 bilhões, 8 bilhões superiores ao fundo criado em 2016, e o principal investidor tem sido o próprio banco mesmo, com o US$ 38 bilhões. A ideia é que empresas grandes como Apple, Microsoft e Foxconn participem mais ativamente e invistam nesse fundo. E a ideia tem sido incentivar novos mercados e injetar dinheiro para que os negócios alavanquem. Aqui no Brasil, mais dois casos aconteceram com o próprio SoftBank. Em um deles, o grupo investiu mais de US$ 100 milhões na Loggi, que realiza transporte de mercadorias e de alimentos. Esse investimento elevaou a avaliação da startup de entregas para US$ 1 bilhão. No ano passado, o Softbank já havia realizado um investimento de R$ 400 milhões na companhia, demonstrando confiabilidade. O outro investimento do grupo no Brasil foi na fintech Creditas, empresa que oferece empréstimos pessoais com garantia em imóveis ou carros. Com o investimento de US$ 200 milhões a Creditas agora está avaliada em US$ 700 milhões. Por outro lado, um dos problemas visto por muitos investidores, é de que, dado seu tamanho e a velocidade com que o grupo tem fechado negócios, o Softbank já esteja inflacionando preços num mercado relativamente pequeno. E isso gera uma falsa impressão de que o grupo está investindo em empresas que não dão lucro. Porém, em entrevista ao Brazil Journal, André Maciel, um dos managing investment partners do Softbank, comentou que esse é um jeito distorcido de ver as coisas. E o ponto é justamente investir em empresas que estarão na Bolsa daqui a 15 anos, fazendo valer o investimento a longo prazo. Os investimentos, de fato, trazem lucro e trazem mais capital para o país, e além disso, gera mais confiança entre as empresas nacionais e o mercado estrangeiro. Os investimentos do SoftBank podem, de fato, começar a alavancar a economia nacional, e investir em empresas que terão bons produtos ao longo do tempo. Fonte: Bloomberg

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